A recente elevação nas projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 tem causado desconforto no Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. De acordo com Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, a alta nas expectativas de inflação é um motivo de preocupação, embora ele não preveja variações significativas nos indicadores nos próximos dias, diferentemente do que foi observado na semana passada.
Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a projeção do IPCA para 2025 subiu de 3,60% para 3,64% . Essa revisão reflete uma desancoragem das expectativas de inflação, possivelmente influenciada por mudanças nas metas fiscais e um menor rigor nas contas públicas. Além disso, a projeção para 2024 também foi ajustada ligeiramente para cima, de 4,00% para 4,20%.
Essa situação coloca o Copom em uma posição delicada, especialmente considerando que a meta de inflação para 2025 é de 3,00%, com uma margem de tolerância entre 1,50% e 4,50%. A elevação das expectativas de inflação para 2025 e 2026 reforça a necessidade de uma postura mais vigilante por parte do Banco Central para manter as expectativas ancoradas e garantir a estabilidade econômica.
Na reunião do Copom, prevista para esta semana, essas novas projeções serão consideradas cuidadosamente. As projeções oficiais do Banco Central para a inflação são de 3,5% para 2025 e 3,2% para 2024. Essas estimativas, ainda que acima do centro da meta, estão dentro do intervalo de tolerância, mas a recente alta nas expectativas do mercado financeiro pode influenciar as decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic .
Para Caio Megale, a elevação nas projeções do IPCA para 2025 é preocupante, mas ele acredita que não haverá grandes alterações nos indicadores nos próximos dias. A situação exige atenção contínua do Copom para garantir que as expectativas de inflação não se desancorem ainda mais, preservando assim a credibilidade da política monetária do Banco Central.
Fontes: https://exame.com/economia/boletim-focus-expectativa-mercado-2/